quinta-feira, 24 de maio de 2012

As cores de uma amizade preta e branca

Eu sei que nem bem criei o blog e ja vou fugir um pouquinho do meu propósito, mas ela foi TÃO LINDA ao escrever isso pra mim (me fazendo chorar), que eu precisava deixar registrado em algum lugar.


"Dizem que existem almas que se complementam,
Que viver a vida sozinho é o mesmo que não viver.
Dizem que todos tem uma alma gemea e que amigos são um tesouro...


Clichês...


Eu, digo que ela tem uma alegria insuportavelmente viciante,
pois pra ela o mundo é uma festa...
Digo que se apaixona quinzenalmente,
e rimos disso enquanto bebemos um bom conhaque com mel e limão...
Digo que cada aventura insana em que eu digo 'isso é loucura' e ela diz 'relaxa...'
é o tempero de uma amizade intrigante
Digo que é tão facil rirmos e chorarmos juntas 
pois não precisamos de julgamentos,
não precisamos de desculpas, e as vezes, nem de palavras...


Digo que não é uma amizade especial, pois quem somos nós,
que bebemos direto da garrafa, para nos chamarmos especiais?
Mas talvez eu diga que é uma amizade especial, 
pois nós, que adoramos beber direto da garrafa, não somos chamados de normais...


Duas pessoas diferentes, com sonhos, gostos e historias diferentes
Ambas com trauma de um primo chamado Maicon... (ou Maikon)


É assim, uma amizade 'preta e branca'
Linda e simples..."


Camila Flor

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Deixa.

Deixa ser, deixa estar.
Hora ou outra vai passar.
Vou caminhar
Sem pensar.
E seguir
Sem sentir
A dor de um amor que se partiu
E prosseguiu
Sem me levar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ela sabe.

Estava decidido. Ela iria terminar tudo e de hoje não passava. O discurso já estava todo planejado em sua mente e nada que ele dissesse poderia fazê-la voltar atrás.

Bateu a corrente na grade como do costume e rezou para que não fosse ele a atender o portão. Doce ilusão...

Ela olhou pra ele e fraquejou por um momento. Ele parecia tão abatido...  Será que ele havia almoçado? NÃO, não importava. Ela não iria desistir.

- Oi amor. Como você tá?
- Bem, e você? – Inferno, ele tinha que chamá-la de amor justo HOJE?
- Não to muito bem.  O trabalho ta me matando.
- É, eu notei... Você almoçou? – Ela TINHA que perguntar.
- Não. – Já era de se esperar.
- Ta frio, melhor a gente entrar.

A casa estava silenciosa. Não havia ninguém com quem ela pudesse adiar um pouco mais a conversa definitiva. Bem, melhor assim. Sem mais enrolação.

- Amor, faz uma massagem nas minhas costas?
- Claro!

Droga, droga, DROGA! Aquilo era tão natural para eles que a resposta saiu automática. Mas talvez não fosse tão ruim. Ela poderia evitar seus olhos enquanto falava. COVARDE!

- Senta aí pra eu fazer sua massagem...
- Ta bom.

Chegou a hora, era agora ou nunca mais!  Ok, ok, menos drama e mais ação, garota!

- Preciso te falar uma coisa...
- Eu também. Quase pedi demissão hoje. O dia foi péssimo!
- Sério? Ta tão ruim assim?
- Pior. Ta pior.

Ele não estava facilitando as coisas pra ela.  

- Amor, você precisa ir embora cedo? –  Amor de novo????  Ele só podia estar doente.
- Não posso ir muito tarde. Por que?
- Queria que você mexesse no meu cabelo pra eu dormir...

É, no fundo ela sabia que sua missão falhara no momento em que ele disse o primeiro “amor”. Já que seu plano dera errado, por que não?? Ela iria lidar com a raiva depois...

- Então deita...

Ele deitou, ela se sentou na beirada da cama. Melhor não dar mole pro azar.

- Deita comigo...
- Não, eu vou embora assim que você dormir.
- Por favor, deita comigo.
- Não.
- DEITA LOGO! Para de frescura.

Ah, a delicadeza que ela tanto adorava!  Bem, a besteira já estava feita, de qualquer maneira.
Deitou e começou a mexer em seu cabelo. Ele adormeceu quase que imediatamente e ela só fazia pensar. Pensar em como ela decidiu ir lá e terminar com ele e acabou deitada em sua cama, fazendo carinho pra ele dormir. Bastou uma palavra, UMA ÚNICA palavra, para ela deixar seus planos de lado. FRACA!

- Eu te amo...
- O que???? - Ela só podia ter entendido mal.
- Eu te amo.
- Eu.... Eu também te amo.

Ele sorriu e adormeceu de novo.
O que foi aquilo, então? Uma derrota com sabor de vitória ou uma vitória com sabor de derrota? Difícil definir. E desnecessário também. Nunca fizera sentido antes, porque faria justo agora? 
Talvez essa fosse sua sina. Aproveitar as oportunidades em que podia tê-lo assim, sem máscaras ou armaduras e depois amargar a dor, na tortura de tentar saber quando teria a próxima dose.
Ela esperou alguns minutos, levantou, beijou sua testa e sussurrou, sabendo que ele não ouviria agora:

- Não sei o quanto ainda posso aguentar, mas enquanto puder, eu estarei aqui.  Desculpe a franqueza... Desculpe a fraqueza... Amo você.

E foi embora, com o coração cantando e sangrando. Quem sabe na próxima ela conseguiria? Quem sabe...